Absolvição
Outorguei a cura da doença do eu, que nunca o foi: uma doença. Dói-me a cegueira. Eu vi o mundo envolto no meu absurdo. Em que ser intelectual não é ser artista, nem ser artista é intelectual. Dotado de um péssimo gosto, eu tenho gosto em mim. Aprendi comigo mesmo, a ser nada nem coisa nenhuma, deixei-me levar pelo que alguém poderia dizer, pensar ou tentar fazer de mim. Alguém que, erradamente me sacudiu daquilo que eu sou, daquilo que eu posso vir a ser. Alguém que desrespeitou aquilo que eu sou, sob o pretexto de estar a respeitar. Esse alguém sou eu sem o ser. alguém que me contestou, alguém que me contestou, alguém que me amargou. Ora são as crises existenciais, Ora é a falta delas, Ora é por isto, ora aquilo e o outro e o que vem depois, O que nunca veio. Amargamente provei o meu suco, bebi do cálice em que se me oferecia o veneno da vida e escolhi viver. Nunca não quis ver, nunca não quis cegar. Fui contestado e amargamente abandonado, pela desvalorização exac