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A mostrar mensagens de março, 2011

Medo.

Vozes em quebra-cabeças: O mar é só mar. O ar é só ar. O céu é só céu. A terra é só terra. Não se questiona o que sabe, O medo surge da questão dele mesmo. O pensamento não pensa, É apenas pensamento.

A Filosofia é uma falácia.

A vida é um pedaço demasiado pequeno para me dar liberdade para pensar que o amanhã será diferente. Uma lógica toca, como marcha fúnebre, na minha cabeça. Tenho vozes na cabeça que me dizem coisas, que pensam por mim, Que me dizem o que sou, O que devo ser. Tenho vozes na cabeça Que parecem macacos Ou rolos de papel sem fim Tenho cenas que remontam e tocam um Futuro poético Há uma estranha e devastadora sensação em querer ser alguma coisa, Uma completa falta de sensibilidade e de articulação, Sonho e concretização não andam a par, A não ser que se torne o sonho objectivo, O que faz como que este deixe de ser sonho. Ler ou não ler, é algo completamente irrelevante, Ler dá-nos informação, Mas não nos diz nada. Para passar o tempo a fazer uma coisa por fazer, Prefiro dormir e ser contaminado pelas vozes da minha cabeça, Ou por não dormir quando as ouço em mim e elas me impedem de dormir Conduzindo-me a uma insónia severa e profunda Que quase me leva ao auge d

Obscenidade.

Obsceno é a falta de verdade, A fuga ao que somos e ao que queremos. Obscena é a fome que tenho, É o desfoque que tenho nos olhos quando vejo. Mentira é o que corre e não alcança, É a valsa que construo, Há um jogo e uma falsa vontade nas imagens criadas E nas imagens que correspondem a uma suposta realidade. Uma mentira tem muito mais proveito que algo que É verdadeiro, Não há criação, Há coisas que o não são. Jogo fora o cansaço e penso a realidade. Penso realmente? Estou cansado e é tudo, Há um cansaço imenso em querer penetrar os meus ouvidos Com verdades fúteis, mesquinhas que o não são. Uma doença imensa em que dói, Mas não me consegue doer, Só tenho dó, Dó de ouvir, Dó de por vezes fazer parte de um jogo que não escolhi jogar. Pessoas são absurdo, Ou o não são. Mas jogam e laqueiam em si a verdade. Desconstrução, do que está por construir, algo absurdo, Assente em qualquer coisa. Pessoas mentem, vozes caem em saco roto, Só ouvem as

Múltiplo.

Há um Sol imenso Em não ver Sol nenhum. Não sei se falo, Não sei se digo, Não se sei se penso. O tempo, ainda que parado, Continua a contar. Reviro e desenho a imagem do tempo em mim. Conceptualizo o vago, Já não penso. Corro e rasgos de areia entranham-se na Verdade, Na Verdade que há em não haver Verdade nenhuma. Represento peças e múltiplos Universos recrio a Verdade. Não sei o que digo, Não sei a liberdade, Não sei a Verdade. Despojo de sensações, Há Verdade e não verdade, Ou talvez não haja nada disso. Realidade e irrealidade, Não as há em mim.

Viver é sexual.

Corpos a fecundarem-se, Entrando um no outro, Odores. O vento arqueia qualquer coisa, Amordaça e viver é a busca incessante do prazer. Viver é um prazer, o Sexo é o maior prazer da vida. Fugir à masturbação, Fugir ao sexo, É fugir ao ser alguma coisa. Ao ser feliz, à satisfação. Há coisas e coisas, O Excesso do prazer Conduz-nos ao desprazer, Mas a negação do mesmo também. Não há verdade nenhuma na fuga ao Sexo. Viver é sexual e eu vivo bem comigo. Penetro-me e gosto de penetrar emoções em mim, Sinto de forma relaxa todas elas, Sinto entrar em mim cada nova emoção, Não há dois orgasmos iguais e eu gosto de provocar os meus. Há uma satisfação imensa Em poder tirar prazer do mim mesmo.

A loucura e o risco assumido.

Ver ofusca. Penso a vida por não saber pensar na morte, Fecundo os meus olhos e cesso o movimento, A reciprocidade é louca. Nada é inteligente, Corre e fecha o um baú que nunca foi aberto Nada vem, nada vai. Não há nada para mudar para além de ti mesmo, Não há lugar nenhum para além de ti mesmo. A plasticidade cerebral É a capacidade de representar. Não há coisa nenhuma que se possa ser; fecho os olhos num coma profundo, onde o pensamento não pensa, fecho os olhos e julgo ser alguma coisa, entreabertos eles comunicam-me o que sou, um ser sob um cansaço profundo. Assumo o risco e vivo louco porque o sou, não me rejeito, aceito e jogo as peças. Corro, se é que algum dia me consegui mover.

Tenacidade.

Um vasto sufoco amarra as entranhas de quem é alguma coisa. Há uma ligeira diferença entre realidade percebida e a realidade. Um espectro conduz as memórias ao caminho, O caminho que pensei, De ter cansado em pensar, Achei um dia que podia jogar Qualquer tipo de dados Quando me apercebi Que sou apenas um puzzle Na ânsia de ser montado. Algo completamente irrelevante. A velocidade cansa o movimento, Há uma estranha sensação em ser E perceber alguém ou alguma coisa. Esboço um sorriso feliz, de quem vive. De quem ama a vida, Há uma enorme ejaculação Das minhas entranhas, por saber Que não consigo ejacular, Uma descoberta consistente Do meu ser, Que se assume com o que é E não com o que é suposto ele ser. Cansa em mim a verdade, Cansa em mim a doença, Há Presente em mim e essa é a única verdade. Passo o Passado e vivo bem comigo, Pelo que sou, pelo que espero ser. Pessoas são o que são e não passam disso, Não passam de veículos de sensações, Sen