tag:blogger.com,1999:blog-18714240037514150562024-02-08T04:15:36.675-08:00Lapso LitteraeMiguelNovo.http://www.blogger.com/profile/13474493551265004424noreply@blogger.comBlogger128125truetag:blogger.com,1999:blog-1871424003751415056.post-91901750383068951682022-01-02T19:46:00.001-08:002022-01-02T19:46:04.950-08:00Melancolia<p>A vida é uma azáfama. </p><p>Não há muito para se dizer. Trabalhar Estudar Trabalhar Trabalhar A vida cansa</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p>MiguelNovo.http://www.blogger.com/profile/13474493551265004424noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1871424003751415056.post-30479519282987753882019-03-09T18:45:00.002-08:002019-03-09T18:45:55.786-08:00ResetComeçar de novo.<br />
<br />
Tentarei.MiguelNovo.http://www.blogger.com/profile/13474493551265004424noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1871424003751415056.post-85309473443211689742014-12-14T19:46:00.000-08:002014-12-14T19:46:47.524-08:00O EngenhoPhilip R. estava convicto em reunir esforços para provar a sua teoria. O plano era cria uma máquina que fosse capaz de detectar a verdade. Ele acreditava que as pessoas nunca diziam a verdade e estava disposto a comprová-lo, mesmo sabendo que a verdade é um campo em aberto e que uma verdade também pode ser uma mentira.<br />
<br />
<br />MiguelNovo.http://www.blogger.com/profile/13474493551265004424noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1871424003751415056.post-1654955490845895262012-07-13T05:01:00.000-07:002012-07-13T05:07:42.922-07:00Sobre a realidade.A paranóia recorrente difunde qualquer registo que possa ser considerado real ou próximo disso. Entre reconhecer a realidade e conseguir viver nela vai uma grande distância.<br />
<br />
Os pensamentos são complicados<br />
A realidade é um extracto de sódio<br />
Se fosse um frasco de potássio, bebia-a.<br />
<br />
Há uma vasta diferença<br />
Entre compreender a realidade<br />
E distingui-la da criação<br />
<br />
Vozes chamam-me<br />
E distorcem o caminho<br />
Ainda que as vozes sejam fáceis<br />
De reconhecer<br />
É difícil afastá-las <br />
Ou ignorá-las<br />
Elas chamam-nos de novo<br />
<br />
Os pensamentos sobrepostos<br />
Os pensamentos multiplicados<br />
Com vozes que falam todas ao mesmo tempo<br />
<br />
A realidade é um pedaço quebrado<br />
E que a pense quem pode<br />
A viva quem consegue.<br />
<br />
Há determinadas coisas que só conseguimos<br />
Compreender, se as vivermos<br />
Há muitas coisas que nos parecem distantes<br />
Do palpável porque nunca as vivemos<br />
<br />
Nalgumas cabeças<br />
Poderíamos distinguir <br />
Realidade de Paranóia<br />
<br />
<br />
<br />
As vozes parecem chamamentos<br />
As vozes.<br />
As vozes não são a realidade percepcionada<br />
As vozes são outra dimensão da realidade do sujeito<br />
E reconhecê-las, ignorando-as<br />
É tarefa árdua <br />
<br />
A realidade é um pedaço distante<br />
A realidade é introspecção<br />
Seguida de momentos de euforia<br />
A realidade é difícil de escrever sem a sentir<br />
<br />
As emoções são coisas dos mortais<br />
Os mortais não escrevem, vivem<br />
Podemos separar pessoas de outras pessoas<br />
Podemos compreender a realidade: sempre a nossa<br />
A dos outros não as vivemos<br />
Mesmo quem representa nunca saberá porque não a vive<br />
<br />
A realidade depende das vivências, <br />
Da construção do sujeito<br />
Dos inputs e outputs <br />
Inerentes ao sujeito<br />
A realidade é um pedaço excessivamente <br />
Subjectivo<br />
<br />
Podemos distinguir realidade comum<br />
De realidade subjectiva<br />
Entre a realidade comum está o mundo tangível<br />
Ainda que este dependa da percepção do sujeito<br />
Podemos distinguir o mundo físico<br />
Do mundo inteligível<br />
Associando a este segundo o mundo criado pelo sujeito<br />
Com a sua organização ou falta dela.<br />
<br />
Não creio que determinadas formações mentais sejam melhores que outras<br />
Acredito que há algumas mais saudáveis que outras<br />
Algumas pessoas conseguem integrar-se melhor que outras<br />
Algumas pessoas conseguem viver, silenciado as emoções<br />
Outras não conseguem, são vitimas da guerra interior<br />
Vitimas das vozes, vitimas da desorganização mental<br />
<br />
Reconhecer o que podemos denominar de problema<br />
É diferente de ter capacidade para o dominar<br />
Assim se explica que muitas pessoas consigam ver<br />
Mas não saibam viver<br />
Seria mais fácil não conseguir ver <br />
E saber viver<br />
<br />
Falando dalguns assuntos<br />
Poderão parecer estranhos a quem não os vive<br />
E compreende-se porque a pessoa para saber o que é,<br />
Tem que viver<br />
Não podemos pedir a um chinês para comer com garfo<br />
Se ele nunca soube o que era um garfo<br />
<br />
O mapeamento mental depende da formação do sujeito<br />
O mapeamento mental depende da estruturação mental do sujeito<br />
Que está contida nas vivências e na organização estrutural relativa ao meio em que vive<br />
Se distinguir-mos o meio e o sujeito como duas peças que se moldam<br />
À medida que a realidade avança<br />
Podemos distinguir vários tempos: o tempo do sujeito<br />
E o tempo da realidade<br />
Como se houvesse uma realidade contínua <br />
E a uma realidade que se vive<br />
Onde os tempos dependem sempre de outros sujeitos<br />
Temos o tempo que avança sozinho <br />
E os diversos tempos dos diferentes sujeitos<br />
Que muito raramente se encontram<br />
<br />
Os humanos têm que lidar com muitas coisas<br />
E uma pequena peça fora do sítio pode conduzir<br />
A loucuras difíceis de controlar<br />
Pode conduzir e fazer aparecerem vozes na cabeça<br />
Reconhecê-las é o primeiro passo<br />
Ainda que na maior parte dos casos pouco ajude.<br />
<br />
Então a realidade não é um ponto<br />
É um processo<br />
De multiplicidade<br />
De múltiplos sujeitos combinatórios<br />
De múltiplas vidas simultâneas<br />
De temos combinados<br />
De raízes quadradas e mapas mentais<br />
De conceitos<br />
E de pensamentos<br />
O sujeito tem que ser o próprio a distinguir e a saber viver na realidade<br />
<br />
Compreender a realidade é diferente de saber viver nela, é preciso treino<br />
É preciso adaptação <br />
É preciso capacidade<br />
O tempo combina-se como <br />
Chamas acesas que podem apagar-se com um sopro<br />
<br />
Que viva a realidade o sujeito<br />
Que falem os homens sobre outros homens<br />
Como se fossem deuses, <br />
Pena que esses homens que se acham deuses<br />
Nunca o cheguem a ser<br />
Porque estão tão presos no seu próprio mundo<br />
Que não são capazes de compreender<br />
O que é a verdadeira realidade<br />
Compreendem a sua apenas<br />
<br />
A realidade é um pedaço distorcido<br />
É um pedaço que pode ou não ser vivido<br />
A realidade é qualquer coisa.<br />
A realidade é diferente de um para todos<br />
Do todo para a parte<br />
Podemos associar a realidade à<br />
Necessidade de a justificar ou a realidade palpável<br />
A realidade é um pedaço apenas<br />
E tem as duas facetas: palpável e não palpável<br />
A realidade do todo, a realidade da parte<br />
E a combinação de todos estes factores<br />
Apresenta-nos a realidade,<br />
Oferece-nos a verdadeira noção de realidade<br />
Poucos conseguirão percepcionar a realidade<br />
Porque é urgente que a vivam para a saberem<br />
<br />
Se a viverem não a saberão<br />
Se a souberem não a conseguem viver<br />
É preciso dosear o conhecimento da realidade<br />
Da necessidade de a viver<br />
Podemos encontrar-nos em múltiplas teorias religiosas<br />
Ou filosóficas. Podemos viver com a crença infindável em mundos justificados<br />
É uma questão de opção<br />
Ou podemos conhecer o mundo<br />
E tornar-nos, à medida que vamos conhecendo mais,<br />
Menos capazes de o vivermos <br />
Porque todas as teorias podem estar certas<br />
Todas as teorias podem estar erradas<br />
E surge assim a necessidade de acreditar <br />
Em algo externo ao sujeito singular<br />
Para assegurar a crença comum numa determinada justificação<br />
E vivem assim distantes da realidade<br />
Vivem distantes do mundo real<br />
Porque as crenças asseguram a continuidade de uma vida normal<br />
A ausência de crenças torna o sujeito incapaz de viver a realidade<br />
A realidade presente e a realidade ausente<br />
São distantes e podem ser vividas<br />
<br />
A realidade vive da subjectividade<br />
E vice-versa.<br />
<br />
A realidade não se deve conhecer, deve viver-se.MiguelNovo.http://www.blogger.com/profile/13474493551265004424noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1871424003751415056.post-67846001336837897352012-05-25T23:26:00.002-07:002012-05-25T23:26:28.598-07:00Rotina<h6 class="uiStreamMessage" data-ft="{"type":1,"tn":"K"}">
<span style="font-size: small;"><span class="messageBody" data-ft="{"type":3}">A
criação é hiperbolicamente uma doença que os meus olhos transportam.
Escrever sobre o amor é uma doença congénita, escrever sobre qualquer
coisa é uma tortura, uma agradável dor. <br /> As horas passam, o relógio
está do avesso, o dia anda ao contrário, a rotina desrespeita a rotina, a
hora de dormir é a hora que, outrora, seria a de acordar, a hora de
acordar é a hora que supostamente deveria ser a d<span class="text_exposed_show">e
lanchar. O relógio está do avesso, os ponteiros não andam ao contrário,
simplesmente não respeitam o normal andamento das coisas. Poderia
assumir, de forma incontrolada, que esta é também uma rotina e que dizer
que quem o faz não segue uma rotina, é um atentado à palavra rotina,
uma vez que, a pessoa apenas está a seguir uma rotina diferente e a
desrespeitar a rotina comum. <br /> A normalidade das coisas é um atentado
à própria palavra. Creio não haver palavra mais ambígua que
normalidade. A normalidade pode ser fazer as coisas bem feitas estando
fora da regra, o que a psicologia denomina como "Conduta desviante". O
sucesso não está presente na nossa capacidade de corresponder à regra, à
norma ou ao comum, o sucesso assume-se pela capacidade que temos de
respeitar a nossa própria identidade, fazendo essa parte ou não da
"regra", estando baseada em princípios moralmente ou eticamente
correctos ou não. <br /> Seria simplista fazer a realidade girar em torno
de um Eu que se divide em múltiplos Eu, sem respeitar uma norma ou
estabelecer princípios comuns. Apenas creio que não há uma regra melhor
que outra ou até mesmo melhor que a ausência de regra. Acho que a
necessidade de regras, de corresponder ou não à normalidade, apenas diz
respeito ao sujeito e aqui se põe a maior dificuldade, que é a de que o
sujeito tenha a capacidade de se conhecer a si próprio ao ponto de saber
se deve ou não estar dentro da regra para Ser ele mesmo, para se poder
ele próprio se considerar Indivíduo, Sujeito, Pessoa ou Ser.<br /> Viver é fácil, saber viver não é assim tão fácil. Saber viver é apenas saber viver.<br /> <br />
Os meus olhos podem até querer fechar, mas, se eu quiser que eles se
mantenham abertos, vou continuar a exigir por eles, porque em mim mando
eu. Ter consciência dos riscos e arriscar não é loucura, é sabedoria.</span></span></span></h6>MiguelNovo.http://www.blogger.com/profile/13474493551265004424noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1871424003751415056.post-5004224334397209242012-05-24T20:55:00.000-07:002012-05-24T20:55:30.876-07:00TempoAs margens foram passadas por todos os transeuntes, as fadas voaram tão longe como o solilóquio. As passagens intempestivas são tempestades de quem passa fome, de quem sabe que as palavras estão esfomeadas. Voam bem longe os loucos, voam bem alto os desertos que se descobrem em palavras vãs. <br />De quem vai sugando os antecessores para alcançar a balança mesmo antes de chegar a pisar o primeiro degrau. De quem sabe bem que vai pisar o primeiro degrau. <br />Voam bem longe os loucos, beijam bem perto os desertos. Nos lábios carnudos, nos lábios cinzentos de quem dizes que o tempo é um pretexto. O tempo sou eu e és tu.MiguelNovo.http://www.blogger.com/profile/13474493551265004424noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1871424003751415056.post-73258103929219698142012-05-20T16:50:00.001-07:002012-05-20T16:50:52.354-07:00Eu<!--[if gte mso 9]><xml>
<w:WordDocument>
<w:View>Normal</w:View>
<w:Zoom>0</w:Zoom>
<w:TrackMoves/>
<w:TrackFormatting/>
<w:HyphenationZone>21</w:HyphenationZone>
<w:PunctuationKerning/>
<w:ValidateAgainstSchemas/>
<w:SaveIfXMLInvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid>
<w:IgnoreMixedContent>false</w:IgnoreMixedContent>
<w:AlwaysShowPlaceholderText>false</w:AlwaysShowPlaceholderText>
<w:DoNotPromoteQF/>
<w:LidThemeOther>PT</w:LidThemeOther>
<w:LidThemeAsian>X-NONE</w:LidThemeAsian>
<w:LidThemeComplexScript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript>
<w:Compatibility>
<w:BreakWrappedTables/>
<w:SnapToGridInCell/>
<w:WrapTextWithPunct/>
<w:UseAsianBreakRules/>
<w:DontGrowAutofit/>
<w:SplitPgBreakAndParaMark/>
<w:DontVertAlignCellWithSp/>
<w:DontBreakConstrainedForcedTables/>
<w:DontVertAlignInTxbx/>
<w:Word11KerningPairs/>
<w:CachedColBalance/>
</w:Compatibility>
<w:BrowserLevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel>
<m:mathPr>
<m:mathFont m:val="Cambria Math"/>
<m:brkBin m:val="before"/>
<m:brkBinSub m:val="--"/>
<m:smallFrac m:val="off"/>
<m:dispDef/>
<m:lMargin m:val="0"/>
<m:rMargin m:val="0"/>
<m:defJc m:val="centerGroup"/>
<m:wrapIndent m:val="1440"/>
<m:intLim m:val="subSup"/>
<m:naryLim m:val="undOvr"/>
</m:mathPr></w:WordDocument>
</xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml>
<w:LatentStyles DefLockedState="false" DefUnhideWhenUsed="true"
DefSemiHidden="true" DefQFormat="false" DefPriority="99"
LatentStyleCount="267">
<w:LsdException Locked="false" Priority="0" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Normal"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="heading 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 7"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 8"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 9"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 7"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 8"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 9"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="35" QFormat="true" Name="caption"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="10" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Title"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="1" Name="Default Paragraph Font"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="11" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtitle"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="22" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Strong"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="20" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="59" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Table Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Placeholder Text"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="1" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="No Spacing"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Revision"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="34" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="List Paragraph"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="29" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Quote"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="30" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Quote"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="19" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtle Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="21" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="31" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtle Reference"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="32" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Reference"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="33" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Book Title"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="37" Name="Bibliography"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" QFormat="true" Name="TOC Heading"/>
</w:LatentStyles>
</xml><![endif]--><!--[if gte mso 10]>
<style>
/* Style Definitions */
table.MsoNormalTable
{mso-style-name:"Tabela normal";
mso-tstyle-rowband-size:0;
mso-tstyle-colband-size:0;
mso-style-noshow:yes;
mso-style-priority:99;
mso-style-qformat:yes;
mso-style-parent:"";
mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt;
mso-para-margin-top:0cm;
mso-para-margin-right:0cm;
mso-para-margin-bottom:10.0pt;
mso-para-margin-left:0cm;
line-height:115%;
mso-pagination:widow-orphan;
font-size:11.0pt;
font-family:"Calibri","sans-serif";
mso-ascii-font-family:Calibri;
mso-ascii-theme-font:minor-latin;
mso-fareast-font-family:"Times New Roman";
mso-fareast-theme-font:minor-fareast;
mso-hansi-font-family:Calibri;
mso-hansi-theme-font:minor-latin;
mso-bidi-font-family:"Times New Roman";
mso-bidi-theme-font:minor-bidi;}
</style>
<![endif]-->
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não é preciso ser muito
inteligente para se dizer o que quer que seja. É simplesmente útil ser-se
ignorante. Porque para quem sabe e sofre, nada precisará de saber, haverá
somente de se continuar a sentir inútil e sozinho porque sabe, sabe que nada
sabe. Nem sempre quem diz alguma coisa, atrai multidões pela sua capacidade de
persuasão, sabe efetivamente alguma coisa. Admiro solenemente quem sabe alguma
coisa, pois eu ainda estou à procura das que sei. <br />
Não tenho completa nem incompleta certeza nenhuma, reservo-me somente todas as
incertezas do mundo. Se tiver que ser ignorante, que o seja, pois não vou
querer saber nada. <br />
Posso até cair no ridículo de mim mesmo, de escrever de forma rude e calão, de
parecer abraçar movimentos vanguardistas mas eu serei sempre uma indefinição
que parece, por vezes, fácil de definir. Gosto de ouvir os outros a falar,
porque os construo e construí-los é escutá-los. Posso ouvi-los, senti-los,
tocá-los, virar o odor de todos eles como páginas gastas da mesma história.
Posso rever o texto uma centena de vezes até o publicar, mas tenho a certeza
absoluta de que aquilo que quis escrever em primeira instância foi o que quis
dizer. <br />
A única correção a que procedo é a da sintaxe própria, quando me desrespeito
para dizer o que quer que seja, volto atrás e digo-me de novo. Não tenho
nenhuns pensamentos políticos, partidários ou poéticos. Tenho-me a mim e é tudo
o que eu posso ter. <br />
Poderia justificar a essência das palavras, mas justificá-la seria anular-lhe a
essência. Há um poder e esse poder é como um grito mudo,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>que sai pelo peito em voz alta, sem nunca
chegar a produzir-se som. O som é um fragmento, a continuação da existência. <br />
Poderia saber sorrir e dizer a toda a gente o que sinto, o que penso, o que
faço e nunca deixaria de ser eu mesmo. Porque ser eu é cair no ridículo de
parecer egocêntrico e falar sobre mim. As palavras têm esta dose horripilante
de dissabores que nos sabem bem. Têm esta capacidade de nos fazer sentir o que
o poeta sente. Sonhadores daqueles que se alimentam da vida dos poetas para
lhes dar continuidade, querendo justificar o que viveu o poeta. Esses! Esses!
Esses! Esses não são poetas, são estudantes. Porque a um poeta cabe respeitar
os outros poetas, cabe viver com os outros poetas, sem nunca tentar dissecar a
vida de um poeta. Dissecar a vida de um poeta é um atentado, um desrespeito
maior pelo absoluto da criação. Quem cria, quem sente, quem sabe, quem é poeta,
não tenta justificar o que fazem os poetas, vive-o. Não tenta saber o que o
antepassado poético viveu, continua-o, sente-o e é tudo. Não destrói poetas por
sonhos maiores de querer ser alguma coisa. Quem é poeta, ama os poetas, nãos os
dizima, dissecando-os por ser obcecado por eles. Vive com eles.<br />
A um poeta, cabe somente ser poeta. <br />
Quanto a mim, sou apenas eu e nunca fui poeta. Podem não gostar de mim ou
amar-me, mas eu sou eu e haverei de continuar a ser fruto de mim mesmo. Sabendo
sempre quem sou, aparentado estar perdido em caminhos absurdos e de eterna
loucura. Caberão todos os juízos de valor, todas as feridas, todos os amores e
dissabores, toda a mágoa, toda a alegria, caberá tudo e no fim de contas o
resultado será sempre igual ao produto final: eu mesmo. <br />
As pessoas passam e ondeiam na minha vida, muitas descobrem que pouco mais há a
saber e que a ideia do mistério, não passa de uma ideia de mistério, pois não
há mistério nenhum. Só me há a mim. A mim, que sou eu mesmo. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><br />
Doses doces de mim. Doses doces de nós. Doses doces de inspiração roubada ao
que vou vivendo, uma apropriação descomplexada do património do meu ser. Roubando-me
a sintaxe, plagiando-me enquanto ser que existe. Eu sou apenas eu. Haverei de
continuar a ser eu. <br />
E para que no final não restem dúvidas, eu sou eu.<br style="mso-special-character: line-break;" />
<br style="mso-special-character: line-break;" />
</div>MiguelNovo.http://www.blogger.com/profile/13474493551265004424noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1871424003751415056.post-24328457974314737882012-05-18T05:26:00.000-07:002012-05-18T05:26:00.089-07:00Oração do PoetaGato morre cão<br />Pássaro morre sapo<br />Homem morre não<br />Humano vive não<br />Poema sabe sim<br />Poema soube não<br /><br />A luz da minha aldeia <br />Sabe a dores de garganta<br />Os olhos fecham abertos<br />As aldeias morrem naturais<br />Os poemas são surreais<br />
Que vivam os Pais<br /><br />Os pássaros estão loucos<br />Cantam às quatro da manhã<br />Ainda não é manhã<br />Estou louco, bêbedo<br />E ainda não álcool <br />Estou embebido pelos meus olhos<br />Que de lágrimas se cuidam <br />Em poemas descuidados<br />De verdades doentes<br />Este é o poema<br />Este é o poema<br /><br />Que se levante o Aleixo<br />E não parta o queixo<br />Com as coisas que vos deixo<br />Passe a Pessoa <br />E vos deixe à toa<br />Como o rebanho do Caeiro<br />Que queria cagar<br />E não tinha como limpar o cagueiro<br /><br />O Bocage é o Rei<br />Pena não ser Gay<br />O A-berto ia gostar<br />O Sá-Carneiro a cagar<br />Com um cu por limpar<br />Deve ao Fernando<br />A poesia de quem vai andando<br /><br />Não escrevo mais nenhum poema<br />Porque sou uma fonte de inspiração<br />E para isso liguem a televisão<br /><br />Já pensei em escrever sobre o leitor ignorante<br />Mas esse já não iria avante<br />Porque uns escrevem Rap<br />Outros vão às festas da FAP<br />Acabam todos fodidos<br />Todos vomitados<br /><br />Irrita-me o leitor ignorante<br />Porque se acha digno e relevante<br />Com desconhecimento da criação<br />Acha que a cultura é como a tesão <br />Assiste a todos<br />Como a Simone de vai-a-voar<br />E o Sartre fica a olhar<br />Ainda acabo por ser eu que a vou papar<br />
<br />Na minha rua <br />É como na minha faculdade<br />Se não cabe na tua<br />Cabe na dela<br /><br />Façam orgias<br />Bebam absinto<br />Sejam poetas<br />Preparem as cornetas<br />Dispam as cuecas<br />Comam as velhotas<br />Vão para as docas<br />Batam as latas<br />Fodam as letras<br />Matem as vacas<br /><br />O único poeta sou eu<br />E quem achar que não <br />Que se lembre que o maior poema é o meu<br />Há quantos anos estava à minha espera»<br /><br />Se escrevo calão <br />É para que o leitor burro largue a televisão<br />E me leia como oração:<br />Ajoelhe lentamente <br />E se lembre que sou gente<br />Que sabe o que diz<br />Escreve e pensa<br /><br />Não morro poeta não!MiguelNovo.http://www.blogger.com/profile/13474493551265004424noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1871424003751415056.post-4804880336909346392012-05-13T18:06:00.001-07:002012-05-13T18:06:31.995-07:00Está tudo bemEstá tudo bem<br />O pior já passou <br />A memória é traiçoeira<br /><br />As pessoas invejam a tua beleza<br />Invejam o teu sucesso<br />Está tudo bem, estou aqui<br /><br />Vou estar aqui, está tudo bem<br />Vem, vem, vem<br /><br />É difícil perceberes quem te quer bem,<br />Estou aqui!<br /><br />A novidade é interessante<br />Tens vinte números novos no telemóvel,<br />Não sabes de quem são<br /><br />Agarraste duzentas pessoas,<br />Não as conheces<br /><br />Eu posso fazer melhor,<br />Estou aqui<br /><br />Está tudo bem<br />Podes ouvir<br />Não há nada<br />Eu levo-te à saída<br />Estou aqui<br />Está tudo bem<br /><br />Estou aqui<br />Fecha os olhos<br />Está tudo bem<br />O resto não passou de um sonho mau<br /><br />Estou aquiMiguelNovo.http://www.blogger.com/profile/13474493551265004424noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1871424003751415056.post-37439600692391837032012-05-13T17:46:00.001-07:002012-05-13T17:46:09.334-07:00Paz.As pessoas estão na rua<br />As pessoas estão aos saltos<br /><br />A noite entra pela janela<br />Do meu quarto,<br />As memórias do passado começam a surgir<br />Intempestivamente;<br /><br />Cores, muitas cores<br />Pessoas, muitas pessoas<br />Muitas pessoas<br />Muitas pessoas<br />
<br />A noite corre demasiado depressa<br />A única lembrança é a do acordar<br /><br />Está bom tempo <br />É madrugada<br />Os pássaros às cinco da manhã começam a encantar<br /><br />Restam as memórias<br />Os momentos para contar histórias<br /><br />As pessoas são bonitas<br />Apetece-me abraçar toda a gente<br /><br /><br /><br />MiguelNovo.http://www.blogger.com/profile/13474493551265004424noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1871424003751415056.post-23897178568599957532012-05-09T23:26:00.001-07:002012-05-09T23:26:32.412-07:00Solidão.As pessoas passam despercebidas<br />Na rua ninguém sabe quem são<br />As pessoas estão carentes<br />As pessoas eram contentes<br /><br /><div>
Sozinhas, livres, leves, vazias,<br />Sozinhas.</div>MiguelNovo.http://www.blogger.com/profile/13474493551265004424noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1871424003751415056.post-728501216509756652012-05-02T19:15:00.000-07:002012-05-02T19:15:41.751-07:00Abismo<i>Ao longe uma parede, um tiro certeiro que vai em direcção ao escuro, o vago é agora a certeza absoluta de um espaço melhor para se viver.</i><br /><br />Uma bailarina caminha em direcção a um espelho. O espelho é banhado a ouro, um espelho é diferente dos outros espelhos. <br />
O espelho está a cerca de trinta centímetros. A bailarina desmaia. Fica a sensação de que o espelho não sabe o que fazer. Sobressaltado, decide atirar-se para cima da bailarina e desmaiar também.<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<u>Descrição holística </u> </div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A bailarina tinha dezassete anos de idade, duas irmãs, vivia nos arredores de Veneza, trabalhava durante o dia numa Academia, era boa aluna, os Pais haviam falecido num acidente de carro, morava com os tios, gostava de flores, dançava para se esquecer do desgosto de ter perdido dos pais. <br />A mãe tinha sido bailarina profissional. Para ter a mãe presente na vida dela, usava um colar de pérolas que a bisavó ofereceu à mãe antes de morrer. A mãe gostava de cavalos, de música clássica e de balé, nos tempos livres pintava quadros, ouvia Vivaldi, dançava balé. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eram seis da manhã, o sol começava a abrir brechas luminosas nas ranhuras da janela do quarto de Elisa, Sofia e Raquel. <br /><br /></div>
<div style="text-align: center;">
(...)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<u> </u></div>
<div style="text-align: left;">
<u> </u></div>MiguelNovo.http://www.blogger.com/profile/13474493551265004424noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1871424003751415056.post-54213805156409534412012-05-01T12:34:00.000-07:002012-05-01T12:34:18.233-07:00DispersãoEstou doente de amores<br />Estou louco e ciente<br />Estou consciente<br />Estou cheio de lamurias e louvores<br /><br />A espada penetra-me a face esquerda do coração<br />O tempo é linear<br />O espaço é ar<br />Fecho um poema ao pensar<br /><br />Estou louco e doente de amores<br />Pela consciência de mim mesmo<br />Que tenho ao saber quem sou<br />Estou eu, estou tu, estou nada<br />Estou tudo, tudo e no fim não sou nada<br /><br />Estou eu, estás tu, nós e nunca foi mais nada.MiguelNovo.http://www.blogger.com/profile/13474493551265004424noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1871424003751415056.post-20741381738635636912012-04-30T19:28:00.000-07:002012-04-30T19:28:11.192-07:00Uma questão de estiloEstilo do vira<br />Estilo do pinote<br />Estilo do pequenote<br />Estilo do chicote<br /><br />Estilo da lata<br />Esquilo das latas<br />Esquilo sem patas<br />Poemas sem facas<br />Poemas sem poesia<br />Melancolia<br />Devaneio<br />Chovem estrelas<br />Palavras<br />Poemas<br />Palavras<br />Poemas<br />Palavras<br />Emoção<br />Sensação<br />Emoção<br />Emoção<br />Emoção<br />Emoção<br /><br />João<br />Poema<br />Meu<br />Irmão<br />Teu<br />
DELES<br />
nosso<br />
<br />
DOS OUTROS<br />
DOS MEUS<br />
DOS TEUS<br />
<br />
<br />
DOS QUE SÃO NOSSOS<br />
<br />
POEMAS<br />
<br />
TEUS<br />
MEUS<br />
<br />
MEUS E TEUS<br />
<br />
E TEUS E MEUS<br />
<br />
<br />
E MEUS E TEUS E TEUS E MEUS E TEUS E MEUS E MEUS E TEUS<br />
<br />
<br />
E pratos e latas e gatos e gatas e latas e gatas e patas e facas<br />
<br />Que são poemas e latas.MiguelNovo.http://www.blogger.com/profile/13474493551265004424noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1871424003751415056.post-42159485219930353952012-04-30T19:24:00.001-07:002012-04-30T19:24:20.800-07:00Curva rectilíneaUm cão. <br />Um cão. Matou-se. Morrido. Estava morto.<br />Saltou. Um cão. Saltou-se. Estava solto.<br />Levantou. Levantou-se. Um cão. Estava em pé.<br />Sentou. Sentou-se. Estava cão.<br /><br />Um gato. <br />Um gato. Matou-se. Morrido. Estava morto.<br />Salto. Um gato. Saltou-se. Estava solto.<br />Levantou. Levantou-se. Um gato. Estava em pé.<br />Sentou. Sentou-se. Estava gato.<br /><br />Uma gravata.<br />Uma gravata. Matou-se. Morrido. Estava morta.<br />
Salto. Uma grava. Saltou-se. Estava solta.<br />
Levantou. Levantou-se. Uma gravata. Estava em pé.<br />
Sentou. Sentou-se. Estava gravata.<br /><br />Um poema. <br />Um poema. Matou-se. Morrido. Estava morto.<br />Salto. Um poema. Saltou-se. Estava solto.<br />Levantou. Levantou-se. Um poema. Estava em pé.<br />Sentou. Sentou-se. Estava poema.<br />MiguelNovo.http://www.blogger.com/profile/13474493551265004424noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1871424003751415056.post-45723595253782848912012-04-23T19:03:00.001-07:002012-04-23T19:03:14.655-07:00Chega.Os sentimentos são lentos. Corre na fonte uma brisa leve, de quem pensa, de quem sente e sabe alguma coisa. Levemente sussurram gritos mudos, vozes que se quebram na obliquidade do pensamento. Muitas das pessoas que falam, falam sem conhecimento de causa.<br /><br />O pensamento, voa leve, é simples. As pessoas vão, ficam, voltam. Vão e ficam, nunca chegam a estar. A densidade da informação faz com que seja complicado distinguir quem está e as verdadeiras intenções de quem quer estar. Filtro e espero que bem, os indícios de quem quer estar. <br /><br />A solidão é íngreme e apercebo-me que o cuco se deixa observar com demasiada facilidade, se encanta e ilumina por um brilho demasiado cintilante. Os erros não são erros, são ingenuidade. As pessoas não são nada. É apenas mediocridade de quem julga e não quer ser julgado. <br /><br />A solidão é uma paz. A solidão nalguns dias é triste... noutros é alegre.<br /><br />As vozes são surreais. Não quero conhecer mais ninguém. Chega!MiguelNovo.http://www.blogger.com/profile/13474493551265004424noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1871424003751415056.post-88646056450807525022012-03-29T18:26:00.000-07:002012-03-29T18:26:09.119-07:00O meu nome é um boato.O amor é um traço teu quando está nas minhas mãos, juntos desenhamos a eternidade, juramos mentiras para poder sorrir na rua como se nos tivéssemos acabado de conhecer. Os teus olhos desfazem-se como aguarelas na paisagem, a tua voz diz-me que me amas, os teus olhos mentem-me.<br />Passeamos juntos e de mãos dadas, porque eu sei que tu finges não saber nada de mim, não saber quem eu sou porque queres continuar a estar lá, continuar a saber de mim, continuar comigo como se nunca tivesses sabido quem eu sou. As palavras têm o poder de nos fazer viajar sem nunca sair daquele espaço tão terreno onde estamos, são viagens que se fazem sem nunca chegar a viajar. <br />As pessoas são letais, a dor de ter que olhar para elas é somente dor, dor que eu sinto e que finjo não sentir para poder estar ali a olhar e a falar, finjo não saber, finjo e finjo porque a ignorância é sinónimo de felicidade, mas eu não consigo ser feliz a fingir-me ignorante. Gostava de poder ser ignorante. Gostava de poder não saber nada sobre o que se passa à minha volta. <br />Gostava de te ter lá todos os dias, de te ter a olhar para mim e de olhar para ti, mais feio, menos bonito, o mais bonito, o melhor, por vezes desfeito na paisagem. Dói-me ser sensível, a sensibilidade dói-me. Dói-me que olhem para mim como se eu estivesse num pedestal e me tentem tirar de lá por achar que é demasiado calmo.<br /><br />Construo mundo e emerjo da vontade de saber alguma coisa deles, dói-me não poder estar lá, não poder ser eu, ter que lutar contra mim e contra os outros, imagino-me num filme de Aronofsky, hoje sou uma personagem. Faz-me confusão que as pessoas vão passando e sabendo o meu nome, mas nenhuma se digna a ficar para sempre. Faz-me confusão que tentem mudar, que me tentem fazer sair do meu mundo, que me queiram tirar do sítio confortável onde estou, só pelo prazer de me verem cair, de me verem ser inferior, é nesse preciso momento que me ergo e mostro que continuo vivo. As pessoas continuam a saber o meu nome nas ruas, vou fazendo pequenas diferenças, o meu nome é interessante de se saber, finjo que não sei que falam de mim, que não comentam a minha vida, que não me enganam, porque nesses momentos eu levanto-me e sei o meu o nome, o meu nome é somente o meu nome, o que dizem dele, são palavras em poder. Nesse momento penso e, por um lado, fico grato por falarem tanto de mim, por saberem tanto da minha vida, por me tratarem como se fosse um desconhecido que conhecem, por inventarem a minha vida, por fingirem estar comigo, levanto-me e continuo a saber o meu nome, continuo a saber que amanhã vou chegar onde quero, que o meu nome vai rasgar as páginas de história, vai marcar a literatura e que nunca precisei de fazer nada que não quisesse. Eu não vim para este mundo para constituir família, para agradar a ninguém, para fazer o que toda a gente faz. Eu vim aqui para mudar o mundo, faço-o todos os dias, desde o dia em que escrevi o meu primeiro texto, assinado estranhamente aos doze anos. As pessoas veneram a fama, o poder e a glória e ainda não compreenderam que eu finjo ser mais vulnerável que o que eu sou, mais burro que o que sou. Ainda não perceberam que não sou burro todos os dias e vou sendo generoso, porque sou assim, sei que, por cada rasteira que preguem, eu vou estar a passar como se não se tivesse passado nada e vou continuar a ser eu.<br /><br />Há dias em que me sinto destruído, sinto-me ofuscado, sinto-me estúpido e não compreendo o que é que se passa, quando passo na rua e vou a estender a mão a pessoas que conheço e fingem não me conhecer, não consigo compreender algumas atitudes, nesse momento olho para o chão e penso "foda-se", como é possível eu ter acreditado que está pessoa podia ser minha amiga? Como é possível eu ter dado tanto crédito a esta pessoa ao ponto de me humilhar a estender-lhe a mão e agora ela me estar a cuspir a cara. <br /><br />Por vezes vou mostrando quem sou, o que penso, o que acredito, vou fingindo não ser ninguém, vou fingindo não estar aqui e no momento em que menos se espera, essa pessoa passa na rua e vem ter comigo, já se lembrou de mim outra vez... desta vez porque precisava de mim. <br />MiguelNovo.http://www.blogger.com/profile/13474493551265004424noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1871424003751415056.post-43198260418690478512012-03-13T11:31:00.000-07:002012-03-13T11:31:02.221-07:00aiEstou tão cansado. A minha voz é infame, volátil e estática. Sou um sólido. Naquele dia não sabia mais o que dizer, a sensibilidade deixou de ser sensível. O meu âmago suportou o dever de ter que existir.<br />Estava tão cansado e fechei os olhos por não saber berrar mais nenhum nome. Por não saber cantar mais nada.<br />Agora as lágrimas. Agora as lágrimas. Agora as lágrimas. Há uma vasta complexidade em definir o carácter ambíguo da doença de ter que existir. Morri. Estou morto.<br />Preciso de ti. Preciso tanto de ti.MiguelNovo.http://www.blogger.com/profile/13474493551265004424noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1871424003751415056.post-23629994139066622922012-02-14T03:46:00.000-08:002012-02-14T03:46:29.150-08:00A depressão é uma proporção da lucidez. Fechei os olhos. Abri. Fechei de novo. Começava a passar o tempo, o tempo não passava. Estava cansado. Estou cansado. Só quero o teu nome. Quero berrar em palavras mudas.<br />O teu nome é.... é... é.... estou cansado.<br />Esqueci-me de quem és. Esqueci-me de quem és. Esqueci-me de quem és.MiguelNovo.http://www.blogger.com/profile/13474493551265004424noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1871424003751415056.post-85139128322234781212012-01-31T09:47:00.000-08:002012-01-31T09:47:43.085-08:00As paredes são areia movediça, os meus desejos são o absurdo, as minhas barreiras são todos os medos do mundo. A segurança é para os fracos. Saltei de cabeça.<br />Vou tomar banho. Fazes-me falta.<br />MiguelNovo.http://www.blogger.com/profile/13474493551265004424noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1871424003751415056.post-26473687090424932392012-01-28T00:35:00.001-08:002012-01-28T00:35:32.704-08:00Sinto uma dor e choro<br />
Rasguei o teu ventre com palavras gastas.<br />
O sono cessou a vontade de dormir,<br />
Expressão é uma indulgência<br />
Demência<br />
<br />
Dói-me a racionalidade<br />
Sinto no pré-frontal<br />
Toda a cultura pelos<br />
Erros cartesianos<br />
<br />
Arranjo estético<br />
Dois cumprimentos<br />
Pela falta de ética<br />
Estou vencido pelo cansaço<br />
Estou vencido pela falta.<br />
<br />
Estou cansado.<br />
Estou cansado.<br />
<br />
Os meus olhos morreram naquele momento<br />
As palavras foram gastas<br />
Estou cansado.<br />
Estou cansado.<br />
<br />
Pudesse eu compreender<br />
Todas as coisas do mundo<br />
Sem ter que as sentir<br />
Pudesse eu deitar-me à beira-mar<br />
E ver o vento com o tacto<br />
<br />
<br />
Expresso tudo o que está para haver<br />
Entre mim e o absurdo<br />
Para não ser nada<br />
Ninguém<br />
Nem coisa nenhuma<br />
<br />
Matar todos os chocolates<br />
Com a carência<br />
Matar todas as carências<br />
Com água e da benta<br />
<br />
Acordar dois dias depois e já não sentir nada<br />
<br />
Ter dificuldade em compreender o normal andamento das coisas<br />
Porque sinto e sentir de forma hiperbólica<br />
É uma patologia condenável e um acto insaciável<br />
Morro naquele momento em que já não sei o que dizer.<br />
<br />
Dois beijos soltam-se e morro,<br />
Porque quero ter. Abrigo-me da chuva<br />
Não que tenha medo<br />
Mas gosto de evitar os riscos<br />
Não por cobardia<br />
Mas por negligência<br />
<br />
Remeto para o Futuro porque o Futuro é sempre mais fácil<br />
Quero todos os momentos do mundo.<br />
<br />
Quero acordar e ter do meu lado,<br />
A caixa de música com uma bailarina<br />
Tocar e entrar na caixa<br />
<br />
Não pela banalidade ou acto carnal<br />
Porque de prazeres físicos está o mundo cheio<br />
<br />
Eu quero ter um porto, estacionar<br />
Abrigar-me. E saber que as minhas palavras não são laivos,<br />
Vícios ou banalidades<br />
Rapo em mim todos os movimentos do mundo.<br />
<br />
As lágrimas que estão para caiar,<br />
Os dias que estão para vir.<br />
<br />
Uma sensibilidade de quem quer dormir e não pode<br />
Porque pensar demasiado é anormal,<br />
Mas... um dia...; quando eu for poeta,<br />
Saberão o meu nome<br />
E serão rasgadas páginas com o meu nome<br />
Haverá um louco que me tente interpretar<br />
E ainda mais, o louco que me queira compreender.<br />
<br />
O consumo é coisa mundana e doente.<br />
A boémia é coisa dos poetas,<br />
Por isso é que nunca fui poeta.<br />
<br />
Dói-me tudo por poder pensar e não chegar a pensar em nada.<br />
Dói-me tudo por dentro.<br />
Um poema que penso<br />
São dias resguardado no teu abraço<br />
<br />
Beijar, bocejar, querer, poder.<br />
Jogos de cintura; Não faz parte de mim!<br />
Não querer e quando não valorizo tenho.<br />
Que todas as mulheres se cansem do meu nome<br />
Que a única que amo foi a que me deu o ventre para eu nascer<br />
Poderá ser fatalista, ser um devaneio,<br />
Ser o que for.<br />
<br />
Podem passar dois dias em arranjos poéticos,<br />
Uma métrica de descargas emocionais<br />
Podem passar três meses,<br />
Podem chorar três nadas<br />
E eu o único que quero é uma casa,<br />
Rio e plenitude,<br />
Irei retirar-me de tudo o que for dos mortais<br />
<br />
Eu só quero poder ter,<br />
Nunca fui de possuir<br />
Mas gosto da certeza de me poder sentir inteiramente<br />
Parte integrante dalguém que existe<br />
E posso tocar, olhar, sentir<br />
Mais que beijar, possuir e expelir<br />
Mais que qualquer tipo de sexo ou vontade<br />
Porque as tenho mas eu não quero isso.<br />
<br />
Se eu soubesse quem sou,<br />
Talvez fosse menos Fernando e mais Pessoa.<br />
<br />
Se eu soubesse criar,<br />
Fosse mais certeza e menos insegurança.<br />
<br />
Cai um prato em ovos moles<br />
O meu corpo é um doce de limão,<br />
O meu corpo é um pedaço de chá<br />
O meu corpo é a tua voz que se divide<br />
Pela amargura da minha<br />
<br />
Passo na tua porte e sinto que me vês<br />
Resguardo qualquer palavras<br />
E vendo o meu nome,<br />
Vendo tudo.<br />
<br />
Fecho os olhos e espero que a inquietação<br />
Seja vendida nos saldos,<br />
Vou fechar o meu nome em palavras seladas<br />
E despedir-me assim deste estilo de vida,<br />
Destas pessoas que nunca chegaram a saber quem eu sou<br />
Relembrando sempre quem fui<br />
Destas pessoas passageiras,<br />
Com emoções recatadas<br />
Pelo pensar qualquer coisa<br />
Sentir sem saber<br />
<br />
Despeço-me e vou ser alguém.<br />
Eu sou.<br />
<br />
Fechei os olhos e adormeci, pleno, num banho de imersão. Fugi para os braços de quem me quer pelo que sou, de quem me quer: fugi para os meus braços.<br />MiguelNovo.http://www.blogger.com/profile/13474493551265004424noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1871424003751415056.post-18115370135804828232012-01-24T20:23:00.001-08:002012-01-24T20:23:58.869-08:00HojeAs palavras ameaçaram. Morderam-me os lábios. Respiraram todo o meu respeito. As palavras cansaram-me o tédio. As palavras sorriram-me nos lábios. As palavras acordaram.<br />Hoje.<br />Lembrei-me.<br />Amo-te.<br /><br />MiguelNovo.http://www.blogger.com/profile/13474493551265004424noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1871424003751415056.post-69535937399519670722012-01-16T02:02:00.000-08:002012-01-16T02:02:53.263-08:00Fecha os olhos, és linda.Quando as palavras não me saem, fecho os olhos, respiro fundo e construo a realidade. Coloco à minha direita todas as canetas do mundo, à minha esquerda folhas em branco e no centro flores. <br /><br />Quando eu pinto realidades com os olhos, quando as tuas chamadas caiem no vazio do meu telemóvel, eu lembro-me que te amo. Mensagens vagueiam e eu não as abro. Este amor impossível que nos separa, pela sede de te ver vencer. <br /><br />Meu amor, fecha os olhos. A melhor coisa que me pode acontecer, é receber uma mensagem tua, é saber que estás bem. Gosto de passear na baixa, gosto de saber que andas a rasgar o mundo com os teus olhos. Dá-me as mãos, vou mostrar-te o mundo: Olha para o globo! Hoje parece quadrado. Estás a ver isto aqui? Esta coisa redonda? O mundo não é nada disto! O mundo é bem mais simples que qualquer representação esférica do Planeta!<br />Esquece isto. Não há nada de interessante que eu tenha para te dizer sobre o mundo. Descobre-o pelos teus olhos. Eu estou aqui ao teu lado, quero ver-te crescer e descobrir, a criar a realidade. <br /><br />Gosto de ti.MiguelNovo.http://www.blogger.com/profile/13474493551265004424noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1871424003751415056.post-52164996437861347392012-01-02T04:08:00.000-08:002012-01-02T04:08:24.518-08:00Eu e eu e eu e eu e eu e eu e euViagem imperfeita. <br />Caminhos vagos. <br />Vácuo do Inferno.<br />
Caderno.<br />
<br />
As tuas palavras <br />Cegam os meus olhos<br />Todos os meus desejos<br />São amores sem fim<br /><br />De lagos de sorte<br />Onde a morte<br />É um início para mim<br /><br />Acreditei o tempo<br />Corrompo<br />Todos os princípios<br />De todos os precipícios<br /><br />Salto à primeira chamada<br />Porque esta é a minha chegada<br />De mãos no ar<br />Sem fôlego para respirar<br /><br />Desejo o que estou para desejar<br />Vejo o que estou para ver<br />Digo o que estou para dizer<br />Lembro-me que é o dia para começar<br />
<br />
Os dias assinam o fim<br />De páginas em branco<br />De tanto em pouco<br />Ventos em poupa<br /><br />Tanques a lavar a roupa<br />Toda a louça a partir<br />Como a minha mãe a parir<br />De hoje em diante<br /><br />Eu não vou avante<br />Carrego políticas<br />De sorte, estáticas<br />Morra Dante<br /><br />A fome é um soluço<br />E eu aumento o preço<br />Do meu desejo ardente<br />Que antevejo a poente<br /><br />Nunca acreditei em nada<br />Nunca vesti Prada<br />Estou assim, entre a lama e o nada<br />O prazer é coisa nenhuma que é igual a nada<br /><br />Dias passam afim de mim<br />Os dias são nada<br />Eu sou nada<br />A poesia é nada<br /><br />Nunca li um poema<br />Nunca estive num dilema<br />Nunca recebi um telefonema<br />Nunca tive eczema <br /><br />Nunca fui coisa nenhuma<br />Nunca sofri de coisa alguma<br />Sou todos os desejos do mundo<br />Sou todas as paixões reduzidas ao segundo<br /><br />Vejo, das janelas do meu quarto,<br />Todo o mundo<br />Sinto todas as realidades<br />Tenho todas as idades<br /><br />Profetizo todos os poemas<br />Canto todos esquemas<br />Sou todos os poetas<br />Vivo todos os dilemas<br /><br />Repetição do absurdo, eu sou só eu e sou só eu e sou só eu e sou só eu e sou só eu e sou só eu e sou só eu.MiguelNovo.http://www.blogger.com/profile/13474493551265004424noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1871424003751415056.post-87797135548353863202011-12-22T13:31:00.000-08:002011-12-22T13:31:48.067-08:00És tudo para mim.Acordei. Pego no computador. Ligo-te. Digo-te: Amo-Te. Está a chover. Dá-me a mão, vamos rasgar a rua juntos. Vamos a Marte do meu quarto. Quando eu nasci eu descobri a lua por poder ver a tua, sabia que te amava sem nunca o ter sabido. Descobri um dia e depois outro. Nunca cheguei a dizer nada e ia dizendo tudo. As grandes reflexões deixei-as para os filósofos. Viver contigo é simples: Acordo, deito-me e masco uma pastilha elástica, quando está sem sabor, deito-a ao lixo. É isto o nosso amor. É Novembro e do meu quarto eu vejo o sol. <br />Simulo uma farsa absoluta e finjo gostar de todas as pessoas para que elas não me venha chatear, as pessoas só gostam de quem não gosta delas. <br /><br />Meu amor, as pessoas são arrogantes. <br />Meu amor, quero amar-te mais.<br />Meu amor, estou farto de pessoas.<br />Meu amor, eu vejo tudo do meu quarto.<br />Meu amor, eu estou farto de Fernando Pessoa.<br />Meu amor, comprei oito livros de Gonçalo M. Tavares.<br />Meu amor és quem eu quero.<br />
<u><b><br /></b></u><br />
<u><b><br />Depois de jantar, levantei-me e adormeci. Dei por mim e já lá não estavas, não passaste de um sonho meu. </b></u><br /><br /><br />Meu amor, rompo aos saltos e aos pinotes.<br />
Faço estalar no ar chicotes.<br />
Arranco-te todos os decotes.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />MiguelNovo.http://www.blogger.com/profile/13474493551265004424noreply@blogger.com0