O meu nome é um boato.
O amor é um traço teu quando está nas minhas mãos, juntos desenhamos a eternidade, juramos mentiras para poder sorrir na rua como se nos tivéssemos acabado de conhecer. Os teus olhos desfazem-se como aguarelas na paisagem, a tua voz diz-me que me amas, os teus olhos mentem-me. Passeamos juntos e de mãos dadas, porque eu sei que tu finges não saber nada de mim, não saber quem eu sou porque queres continuar a estar lá, continuar a saber de mim, continuar comigo como se nunca tivesses sabido quem eu sou. As palavras têm o poder de nos fazer viajar sem nunca sair daquele espaço tão terreno onde estamos, são viagens que se fazem sem nunca chegar a viajar. As pessoas são letais, a dor de ter que olhar para elas é somente dor, dor que eu sinto e que finjo não sentir para poder estar ali a olhar e a falar, finjo não saber, finjo e finjo porque a ignorância é sinónimo de felicidade, mas eu não consigo ser feliz a fingir-me ignorante. Gostava de poder ser ignorante. Gostava de poder não saber na