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A mostrar mensagens de março, 2012

O meu nome é um boato.

O amor é um traço teu quando está nas minhas mãos, juntos desenhamos a eternidade, juramos mentiras para poder sorrir na rua como se nos tivéssemos acabado de conhecer. Os teus olhos desfazem-se como aguarelas na paisagem, a tua voz diz-me que me amas, os teus olhos mentem-me. Passeamos juntos e de mãos dadas, porque eu sei que tu finges não saber nada de mim, não saber quem eu sou porque queres continuar a estar lá, continuar a saber de mim, continuar comigo como se nunca tivesses sabido quem eu sou. As palavras têm o poder de nos fazer viajar sem nunca sair daquele espaço tão terreno onde estamos, são viagens que se fazem sem nunca chegar a viajar. As pessoas são letais, a dor de ter que olhar para elas é somente dor, dor que eu sinto e que finjo não sentir para poder estar ali a olhar e a falar, finjo não saber, finjo e finjo porque a ignorância é sinónimo de felicidade, mas eu não consigo ser feliz a fingir-me ignorante. Gostava de poder ser ignorante. Gostava de poder não saber na

ai

Estou tão cansado. A minha voz é infame, volátil e estática. Sou um sólido. Naquele dia não sabia mais o que dizer, a sensibilidade deixou de ser sensível. O meu âmago suportou o dever de ter que existir. Estava tão cansado e fechei os olhos por não saber berrar mais nenhum nome. Por não saber cantar mais nada. Agora as lágrimas. Agora as lágrimas. Agora as lágrimas. Há uma vasta complexidade em definir o carácter ambíguo da doença de ter que existir. Morri. Estou morto. Preciso de ti. Preciso tanto de ti.