Não penso, hoje não. Longe já vai o dia em que eu era o Sol, longe já vai o dia em que o Sol não nasceu mais. O tempo bate longe e eu não sei chamar por ele.
Um vasto sufoco amarra as entranhas de quem é alguma coisa. Há uma ligeira diferença entre realidade percebida e a realidade. Um espectro conduz as memórias ao caminho, O caminho que pensei, De ter cansado em pensar, Achei um dia que podia jogar Qualquer tipo de dados Quando me apercebi Que sou apenas um puzzle Na ânsia de ser montado. Algo completamente irrelevante. A velocidade cansa o movimento, Há uma estranha sensação em ser E perceber alguém ou alguma coisa. Esboço um sorriso feliz, de quem vive. De quem ama a vida, Há uma enorme ejaculação Das minhas entranhas, por saber Que não consigo ejacular, Uma descoberta consistente Do meu ser, Que se assume com o que é E não com o que é suposto ele ser. Cansa em mim a verdade, Cansa em mim a doença, Há Presente em mim e essa é a única verdade. Passo o Passado e vivo bem comigo, Pelo que sou, pelo que espero ser. Pessoas são o que são e não passam disso, Não passam de veículos de sensações, Sen
Não é preciso ser muito inteligente para se dizer o que quer que seja. É simplesmente útil ser-se ignorante. Porque para quem sabe e sofre, nada precisará de saber, haverá somente de se continuar a sentir inútil e sozinho porque sabe, sabe que nada sabe. Nem sempre quem diz alguma coisa, atrai multidões pela sua capacidade de persuasão, sabe efetivamente alguma coisa. Admiro solenemente quem sabe alguma coisa, pois eu ainda estou à procura das que sei. Não tenho completa nem incompleta certeza nenhuma, reservo-me somente todas as incertezas do mundo. Se tiver que ser ignorante, que o seja, pois não vou querer saber nada. Posso até cair no ridículo de mim mesmo, de escrever de forma rude e calão, de parecer abraçar movimentos vanguardistas mas eu serei sempre uma indefinição que parece, por vezes, fácil de definir. Gosto de ouvir os outros a falar, porque os construo e construí-los é escutá-los. Posso ouvi-los, senti-los, tocá-los, virar o odor de todos eles como páginas gastas da
Quando as palavras não me saem, fecho os olhos, respiro fundo e construo a realidade. Coloco à minha direita todas as canetas do mundo, à minha esquerda folhas em branco e no centro flores. Quando eu pinto realidades com os olhos, quando as tuas chamadas caiem no vazio do meu telemóvel, eu lembro-me que te amo. Mensagens vagueiam e eu não as abro. Este amor impossível que nos separa, pela sede de te ver vencer. Meu amor, fecha os olhos. A melhor coisa que me pode acontecer, é receber uma mensagem tua, é saber que estás bem. Gosto de passear na baixa, gosto de saber que andas a rasgar o mundo com os teus olhos. Dá-me as mãos, vou mostrar-te o mundo: Olha para o globo! Hoje parece quadrado. Estás a ver isto aqui? Esta coisa redonda? O mundo não é nada disto! O mundo é bem mais simples que qualquer representação esférica do Planeta! Esquece isto. Não há nada de interessante que eu tenha para te dizer sobre o mundo. Descobre-o pelos teus olhos. Eu estou aqui ao teu lado, quero ver-te cres
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