Não podes morrer, Eva Stein.

Eu estou bem vivo, para saber que existes em mim. As tuas palavras, os teus caminhos, percorrem-me e preenchem-me a alma. Tu existes e finges não existir, finges ter morrido para que a tua história acabe como a duma personagem de livro que não és. Quer tenhas ou não morrido, os teus percursos vão continuar a existir em mim.
Vou habitar a Boavista até me poder cruzar contigo, vou sentar-me em Serralves a olhar em redor para poder certificar-me que existes, a tua paixão pelo cinema é a minha paixão. Sei que te amo, mas ainda não sei que te amo.
Tu entras em mim como nunca antes, eu nem te conheço. Mas sei que estás viva e finges não estar, pela necessidade de acabar com uma metade de ti que não é uma metade de ti, é uma metade que escolhes viver.

Sabias que hoje está a chover, como gostas? Sabias que sinto que estou a partilhar exactamente o mesmo espaço que tu?
Enquanto tu deliras nos teus consumos de folhas que não gostas. Eu vou falando contigo, porque sei que tu existes e eu te vou encontrar. Talvez seja uma crise delirante acreditar que existes e que palavras têm vida, mas eu sei que as tuas são demasiado vivas para poderes morrer. A energia que as carrega dá-te uma morte fictícia como às paisagens e personagens de cinema. Não encares o que acreditas ser. Tu existes, eu sei.
Não podes morrer, eu estou aqui para partilhar esse alucinante delírio e habitá-lo contigo.

Eu existo e tu também, Eva Stein.
Sempre teu.

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