Apneia de viver.


Discurso extremamente auto-destrutivo, sustentado por visões do mundo. Dói olhar o mundo, como se respirar fosso um sacrilégio, uma obrigação.
Introspecção apurada de existir, não sei o motivo do meu auto-flagelo – sei que me dói e a dor me apaixona. Não sei confiar, não confio.
Não gosto de demasiadas vibrações, de algo que me emocione demasiado e me faça oscilar, gosto da vida estável. [Mesmo que a estabilidade signifique a minha solidão.]
Inculco-me a mim mesmo a necessidade de prosseguir sozinho. Não sei viver com estados de humor que oscilem demasiado – não sou autêntico, nem digo coisas bonitas.
Não sei confiar, eu tento mas não consigo.
Tudo em mim é sofrimento. Vou fechar-me de novo na minha cela. Cerrei-me no meu mundo, onde mensagens e palavras serão (ab)surdas. Não gosto de me sentir desprezado quando não desprezo. Faço tudo e recebo o quê? Espero mais, não posso.
Três semanas para me provar que só posso e sei viver comigo, que não vale a pena fazer esse sacrifício por ninguém., nem mesmo pelo amor. Dói de forma, em que as palavras mais elaboradas e as frases melhor estruturadas não conseguem expressar a dor que há em mim. Em que nem uma réstia de esperança. Nem uma vontade de abraçar a vida, nada, nada resta. Odeio pessoas, odeio ser pessoa, odeio sentir, odeio (não) ter princípios. Respirar dói. A minha Alma não tem espectro e a libertação é vil. Não sei (sobre)Viver assim, não consigo.

Fugi ao mundo, porque fugir ao mundo é estar em mim. Isso é um acto de valentia contra os covardes que têm medo de fugir.

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